segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Líder muçulmano egípcio convoca “guerra santa” pela retomada de Jerusalém


Em um comunicado emitido na cidade do Cairo pelo xeque Mohamed Badie, guia espiritual da Irmandade Muçulmana, a Jihad (guerra santa islâmica) é a única maneira de libertar Jerusalém do domínio israelense. “Jerusalém é islâmica e ninguém tem o direito a fazer concessões”, disse o religioso.
Para ele, a jihad é um dever de todos os muçulmanos e a “libertação de al-Quds” (nome árabe de Jerusalém) não será conseguida nem com negociações nem através da ONU. Em maio, o guia da Irmandade, no passado, apelou para que as forças árabes enfrentassem Israel.
Em uma declaração emitida, para lembrar a “nakba” [catástrofe], termo usado pelos palestinos e outros árabes para descrever a criação de Israel em 1948, Badie exigiu que “a comunidade internacional corrija essa injustiça histórica [o nascimento de Israel]” e afirmou que os muçulmanos do povo palestino sofriam a pior ocupação conhecida pelo homem: a ocupação sionista. Ele apelou para que a comunidade internacional pressionasse o “governo sionista a se retirar da terra da Palestina”.
Badie também já prometeu que, se a Irmandade Muçulmana chegasse ao poder no Egito, iria cortar suas relações com Israel. ”Nós certamente não estamos felizes com o casamento ilegítimo entre o Cairo e Tel Aviv”, disse ele. “Assim que chegar ao poder, vamos mudar muitas coisas na política do Egito, começando com as relações do país com Israel, que nos causaram um grande dano.”
Em 1979, o então presidente do Egito, Anuar al-Sadat, assinou um acordo de paz com Israel que o atual presidente Morsi prometeu respeitar. Os oradores dos Akhuan (Irmãos), como são conhecidos no Egito, consideram que os acordos com o país vizinho devem ser revistos, pois limitam a soberania do país na Península do Sinai.

Falso profeta é preso antes de dar bebida com sangue de rato envenenado a seguidores


Na tarde de sexta (12), a Polícia Militar do Piauí invadiu o imóvel que abrigava o grupo de pessoas que aguardava o fim do mundo. Com a ameaça dos vizinhos de linchar o líder do grupo, o “profeta” Luiz Pereira dos Santos, a polícia o levou para a Central de Flagrantes, onde está preso por estelionato. A polícia explica que ele usava o dinheiro de seus seguidores para manter a casa onde eram realizadas as reuniões.
A polícia já estava cercando o imóvel e invadiu o local 10 minutos antes do horário previsto para “o fim do mundo” anunciado por ele. O objetivo era garantir que não ocorreriam atentados contra as vidas dos seguidores. Os vizinhos já haviam começado a atirar pedras e ameaçavam invadir o imóvel. Para contê-los, a polícia jogou bombas de efeito moral e usou spray de pimenta.
Mesmo depois da prisão do líder, os seguidores continuaram os cânticos e orações à espera do fim do mundo. Há cerca de dois anos Pereira começou a anunciar que havia recebido a visita de um anjo que lhe anunciou o fim do mundo. Dizia que “a besta fera” iria aparecer nesta sexta-feira e os seus seguidores iriam ser salvos.
Ele reuniu mais de cem pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos que estavam confinados num imóvel sem ter contato com o mundo exterior. O local era chamado de “arca da salvação”. Seus seguidores eram estimulados a se afastar da família, largar seus empregos e doar a ele todos os bens que tinham.
Mais de 24 horas depois, ainda permanecem dentro da casa pessoas que moravam lá e outras que retornaram após o tumulto. Mas não há crianças, pois todas foram levados para abrigos e estão sob a guarda do Conselho Tutelar da cidade. Luiz Pereira pode ser indiciado por abandono intelectual, pois as crianças que viviam ali eram proibidas de frequentar a escola.
O coronel da PM, Sá Júnior, explica que a razão de algumas pessoas permanecerem na casa apesar da não concretização do fim do mundo, é devido ao poder de persuasão do profeta. “O povo carente tem que se apegar a alguma coisa e ele conseguiu doutrinar esse povo de tal modo que ontem tivemos dificuldade para retirá-las de lá”. Na manhã deste sábado, alguns seguidores da seita pediram para a policia retirar motocicletas e outros bens que estão dentro da residência.
A Polícia Militar vai permanecer no local para evitar novos tumultos ou mesmo a depredação da casa. Durante a invasão não foram encontradas drogas, mas havia uma grande quantidade de veneno de rato. Por isso, a polícia levanta a hipótese que haveria uma tentativa de suicídio coletivo.
A Polícia Civil investiga a veracidade do depoimento de uma testemunha de que o profeta, um ex-vigilante de condomínio, usava sangue de ratos envenenados para fazer uma bebida que era usada para curar doenças das pessoas. O depoimento foi dado pelo marido de uma mulher que aderiu à seita. Segundo o depoimento, os ratos eram envenenados e depois tinham o sangue colhido para fazer a substância. Dois membros do grupo teriam morrido após terem consumido a substância para curar doenças.
Durante seu depoimento na delegacia, Luís Pereira dos Santos disse que Deus o tinha castigado. Mesmo assim, o ex-vigilante garantiu que vai continuar pregando a palavra de Deus e que acredita no juízo final. Ele acredita que precisa “preparar as pessoas de coração puro” para que fossem salvas no juízo final.